segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Mancini x Garrafa. Erraram. Mas sem pregos, cruzes ou pedras. Nem para um, nem para o outro, por favor!

Um debate fora de estúdio e fora de hora. E com tonalidades de grosserias que não caberiam em nenhum ambiente. Erraram os dois. E o jornalismo ganhou. Sim, pois é mais uma experiência interessante para que estudantes (e profissionais) observem como não fazer perguntas e como não oferecer respostas. Midia Trainning é uma ferramente que pode corrigir isso.  Mas...  a parte do caráter e personalidade do ser humano, não...

Lamento, mas erraram os dois. Sou amigo do Garrafinha (jogamos futebol juntos no time da ACEESP). Gosto do rapaz, acho um bom zagueiro. Mas como repórter, foi mal na elaboração da PERGUNTA-COMENTÁRIO. Aliás, um defeito corrente na 'nova-reportagem'. Pergunta objetiva, terá resposta objetiva (Ou não. Cabe ao 'respondedor' esta decisão). No entanto, pegunta opinativa, vai ouvir resposta com opinião (tão mal ou bem fundamentada quanto a pergunta).
Mancini, pelo qual penso ter sido um bom jogador, que sempre controlou bem suas emoções dentro de campo, e que é um bom treinador de futebol, exagerou ao perguntar o 'time do rapaz'. Aqui cabe uma explicação técnica. Numa coletiva de imprensa, em sala criada para isso (os melhores estádios do país têm essa infraestrutura), os repórteres de rádio se enfileiram de acordo com a ordem de candidatura a fazer perguntas. Depois farão perguntas, outros jornalistas de TV (que não detém direitos da transmissão) e de outros veículos de comunicação. Isso é um ritual organizado, normalmente pelo assessor de imprensa e comunicação do clube. Os repórteres de rádio não usam seus microfones (de modo geral) para fazer a pergunta e sim o equipamento da sala de coletiva (sem cubo, ou seja, sem identificação do veículo de comunicação).
Por ser novo no meio e sem nenhuma referência televisiva, o rosto do Felipe Garrafa não é conhecido nem por Mancini e nem pela maioria absoluta de jogadores e técnicos, mesmo os que atuam aqui em São Paulo.
Portanto, entendo que o Mancini tenha feito um "check-up" sobre quem estaria indagando sobre o jeito e números do Vitória em campo. E até mesmo perguntar se o sujeito era corintiano (poderia ser alguém do clube, mesmo, apesar de isso ser uma irregularidade técnica jornalística). E questionou, pois o conteúdo da pergunta foi um comentário mal formulado e sem base técnica no histórico da partida. E ao jornalismo, pelo menos até este momento, cabe contar HISTÓRIAS, com base nos fatos.
Independentemente do erro técnico do colega Felipe Garrafa, repórter da Rádio Bandeirantes de São Paulo e de uma grosseria desnecessária do treinador Vagner Mancini, do Vitória, tanto dirigida ao rapaz, quando à imprensa esportiva paulista (com criticas equivocadas sobre um suposto bairrismo e uma cegueira sobre o universo da bola - de outros Estados do Brasil), o episódio ensina aos seus protagonistas e a todos nós, que a reflexão objetiva, racional, ANTES de qualquer ação é o caminho mais equilibrado a seguir. Pensar no que vai dizer (seja perguntando, seja respondendo), é crucial para a manutenção de bons relacionamentos. A comunicação continuará sendo um caminho de duas vias: Emissor e receptor. E a via intermediária, ou seja, por onde andam as ondas da comunicação, atualmente estão mais largas e repletas de insatisfações, criticas, críticos, criações, ilações. Ou seja, um complexo caminho cheio de humanidade. Mas, como somos seres emocionais, com temperos racionais (ou vice e versa, dependendo da sua formação de vida, suas origens e experiências), sempre teremos espaço para cometer erros. E, também até onde sei, errar é absolutamente humano. Erramos todos no passado, cometemos erros no presente e erraremos no futuro. O que irá mudar é a 'qualidade e quantidade' dos erros. Com o passar dos anos e acúmulo de experiências, se optarmos pelo caminho do bem, vamos melhorando a cada dia. Temos muito chão para percorrer nessa busca incessante da sabedoria.

Para você que não viu o que aconteceu

Sábado, 19 de agosto de 2017. Jogaram Corinthias SP x Vitória BA, em São Paulo, na Arena Corinthians. Vitória quebra a invencibilidade histórica do timão, vencendo por 1 x 0. Final da partida, na sala de coletiva de imprensa, repórter Felipe Garrafa (Rádio Bandeirantes SP) faz pergunta ao técnico Vagner Mancini do Vitória.

segunda-feira, 14 de agosto de 2017

Apito Amigo? E se tivesse vídeo?

Há pouco tempo, numa partida entre Santos e Flamengo pela Copa do Brasil 2017, um lance polêmico. O árbitro apita um pênalti. Minutos depois, volta atrás na decisão, contando com auxílio de um árbitro assistente, no caso o que fica no centro do campo. O principal estava muito mais próximo do lance - a uns 5 metros de visão. Ainda assim, atendeu ao seu assistente, que estava a 50 metros da jogada.  Acusações de interferência externa, quando alguém teria visto na TV que não teria sido pênalti, mesmo (até hoje as dúvidas são gerais, mesmo vendo o lance um milhão de vezes pela TV). Um repórter da Tv Globo é acusado nominalmente (Eric Faria). Uma vergonha para o futebol profissional brasileiro. E tudo porque ainda caminhamos no tempo das pedras.  Se houvesse árbitro de vídeo nessa partida, seria utilizado para tirar a dúvida de modo mais ético, sério e justo.  

A FIFA aprovou o uso em competições locais e até faz experiências em eventos oficiais da entidade, como foi o caso da Copa das Confederações (onde, mesmo com o vídeo de auxílio, várias gafes foram cometidas, diga-se). 
No futebol americano (jogado com as mãos), os 'árbitros de vídeo', são uma realidade há muitos anos e funcionam muito bem, levando justiça efetiva para dentro do campo de jogo. No 'soccer', ou o 'nosso' futebol (jogado com os pés), esse artifício está sendo testado em competições oficiais locais e também promovidas pela FIFA, como foi na recente Copa das Confederações da Rússia. Na MLS, a Liga de Futebol dos Estados Unidos, o uso é 'similar' ao Futebol Americano e Voley, onde o vídeo é acessado dentro de campo, à vista do público e da transmissão televisiva. As regras locais permitem que o vídeo seja utilizado como recurso imediato para casos de revisão de jogadas faltosas ou desavenças, visando a advertência ou expulsão de jogadores; tirar dúvida de identidade de jogador (quem fez o gol, falta ou outra ocorrência); no caso de gol-não-gol (verificar se a bola ultrapassou a linha de gol ou não) e em lances duvidosos de pênaltis. Como toda experiência, algumas situações serão analisadas e avaliadas para ajustes nos regulamentos, pois casos como o ocorrido com o brasileiro Kaká (Orlando City), neste final de semana, que fez uma brincadeira com um amigo e ex-colega de clube e acabou expulso por 'agressão'. Ainda que inapropriada, foi, como pode se ver claramente no vídeo, uma brincadeira. Para a arbitragem, essa brincadeira caracterizou agressão e gerou o cartão vermelho. Vejam e tirem suas conclusões e avaliações.

TV UOL - Lance que gera a expulsão de Kaká. Árbitro usa vídeo

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

Deus é torcedor do seu time?

Respeito 100% a fé de cada ser humano, em termos de religião ou orientação filosófica. Quem me conhece, sabe bem disso. Mas posso comentar, de vez em quando, temas que chamam a atenção pública, só como 'provocação', para exercício do 'músculo' mais importante do nosso corpo, um tal de cérebro.
Futebol é 'uma caixinha de surpresa', 'estamos aqui para somar', 'pênalti é loteria', são expressões que, felizmente, ficaram no passado. Não tão distante, mas no passado.
Continuam vigorando as máximas 'Deus seja glorificado', "Toda honra ao Senhor' e outras similares, quando o time do crente ganha ou o sujeito marca um gol, ou ainda faz uma grande defesa, se for um goleiro. Não façam mau juízo do meu uso da palavra. Crente é quem crê em algo ou alguém. Não é uso pejorativo. É só a língua portuguesa, ok?
Ontem, o time do Palmeiras foi eliminado da competição mais importante da América (do Sul). Vi pela TV os últimos instantes da partida.
É a hora das penalidades máximas. A falta cobrada direta no gol. De um lado um gladiador que chuta a bola e noutro, o que tenta defendê-la.
O 'sufoco' dos torcedores, com emoção de sobra à flor da pele. Alguns, com a opção de ficar de costas para o campo (que até hoje não consigo entender... o cara foi ao campo para assistir à partida e vira de costas???), outros segurando os cavalinhos globais (brinquedo da moda), quase enforcando e destruindo os bonequinhos. Outros, numa oração contida, recatada, quase imperceptível. Choro corrido ou contido. Ansiedade pura. A torcida quer a emoção da vitória. E isso está ali, em movimento, como se fosse um jogo sexual à espera do orgasmo final.
Já em campo, os jogadores se alinham no meio do campo, se abraçam, apontam para o céu e suplicam alguma coisa (fôro íntimo, não dá pra saber o que). Dos dois times. Talvez seja a súplica para Deus virar a casaca (expressão antiga, né?), caso esteja torcendo para o outro time... E a partida do futebol vira a partida das orações aos santos ou anjos, protetores, guias... para que os chutadores ou defensores sejam certeiros. "Meo Deos" (esta expressão é das novas...rs) !
E à beira do campo, o técnico do time brasileiro, apelidado profissionalmente de Cuca, se ajoelha, beija santinho (ou santinha, não sei), reza, sofre, reza, sofre, reza, sofre. Para o técnico, não sei qual seria o pedido, pois o cara não bate pênaltis. Vira mero espectador, torcedor, literalmente. A manifestação de fé é livre, Graças a Deus! E a manifestação do indivíduo está no poder do seu livre arbítrio, Graças a Deus e a nossa Constituição. Nada contra, portanto, de minha parte.
Mas fica a pergunta - e vale para todos os times de futebol do mundo e para todos os crentes:
- Afinal, para quem Deus torce? Num campeonato, ou jogo denominado 'mata-mata', alguém sempre ganhará, alguém sempre perderá.
Então Deus, deve ser bipolar ou geminiano? Um dia torce pra cá, outro pra lá, dependendo do humor.
Por que deu errado e o time perdeu o jogo (campeonato ou mata-mata nos pênaltis, etc)? Por quê??
Será que faltou vontade na oração? A promessa (ah, as promessas....) foi 'fraca'? E invariavelmente, sejam equatorianos, bulgarianos, venuzianos, brasileiros, os vencedores se ajoelham e agradecem a Deus, que naquele dia foi torcedor do seu time (que ganhou).
E os perdedores? Será que agradecem a Deus pela derrota? Ou simplesmente acreditam que não foram merecedores da torcida divina, mas agradecem efusivamente, afinal, nada como um campeonato após o outro. Vai que no próximo Deus esteja de bom humor com o seu time, né?

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Mimimi do Barcelona, com duração prevista. Quase 900 milhões de reais.

Parem de fazer 'ceninha' pro mundo ver. O time da Catalunha deu o maior olé no Santos, com Neymar e seu estafe, quando o contratou junto ao clube da Vila Belmiro. Agora, montado em zilhões arrecadados na venda (sim, é venda!), com quebras de contrato, contratos estranhos, etc. O mesmo jogo, portanto.
O Barcelona conquistou 10 (DEZ) títulos com a presença de Neymar. Ganhou rios de dinheiro em licenciamento e produtos diretos relacionados a Neymar. E agora, ganha uma fortuna direta nessa transação. E, ainda de quebra, tentará inviabilizar a parte do Santos FC (que corre o risco de tomar outro 'chapéu'), como clube formador. Por isso, qualquer 'conversinha' saída de Barcelona é só isso mesmo. Conversinha. E a família Neymar segue fazendo negócios de modo estranho. Sempre tem alguém que fez algo de errado e nunca foram eles. Agora a alegação é sobre valores não pagos pelo Barcelona. Como tudo isso é parte de todas as conversinhas dos mimimis, vamos aguardar os próximos capítulos dessa minissérie...